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Oportunidades eleitorais
*Por Mario Eugenio Saturno Muita gente vê eleição como um momento ruim do país: horário eleitoral gratuito, panfletos, jornais, notícias, muita pesquisa e uma quantidade imensa de lixo nas ruas. Eu vejo diferente, é uma grande oportunidade de mudar os rumos do nosso país. Sou defensor de algumas ideias que sempre procuro debater com cidadãos e políticos. Também me posiciono contra algumas propostas em voga. Algumas lorotas são tão bem fantasiadas que nem Alice (do País das Maravilhas) acreditaria. Um exemplo são os tais um trilhão para a Educação. Se não bastasse o petróleo de xisto dos Estados Unidos, cujo preço do gás caiu de US$ 9 por milhão de BTU para US$ 1,82 (o do Brasil está entre US$ 12 a US$ 16), descobriu-se agora que a Rússia tem reservas ainda maiores... Precisa desenhar o que vai acontecer com o ?super-hiper-mega? depósito do pré-sal? Eu ainda não entendi porque o governo federal não aceitou financiar kits de geração solar ou eólica de 1 ou 2 kW. Minha incapacidade de compreender mudou para indignação quando li nos jornais sobre o rombo bilionário das principais hidrelétricas. Entre janeiro e setembro deste ano, elas terão um gasto extra de R$ 16 bilhões para comprar energia de usinas térmicas porque não conseguem entregar o que estava previsto. O problema é que no mercado de geração de curto prazo, o preço do megawatt-hora (MWh) está entre R$ 700 e R$ 822. O que me causa espécie é que esses 16 bilhões compram 20 milhões de MWh, assumindo um preço médio de R$ 800, e com dez mil reais pode-se instalar em cada casa um kit de energia solar ou eolica ?grid-tie? de 2 kW, ou seja, com esses 16 bilhões de reais, poder-se-á financiar a instalação de kits que gerarão 3200 MW pico. Isso significa 5,4 milhões de MWh/ano (considerando a insolação na cidade de São Paulo, já o eólico deve ser mais) e sem perdas de transmissão. Será que a Dilma não tem nenhum assessor que saiba fazer contas? Parece que não. O que esperar de ?técnicos? que criam um programa ?Ciência sem Fronteiras? para oferecer bolsas de estudo no exterior e que concedeu bolsas para estudantes que não falavam inglês. E também criou um Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) que, só em 2014, destinou R$ 5,5 bilhões para o programa, mas com retorno questionável. São José dos campos foi o município mais beneficiado pelo Pronatec, com mais de 20 mil vagas oferecidas desde 2013. Mas pouco mais da metade dessas vagas foi preenchida. E com um agravante estarrecedor, a taxa de evasão dos cursos é de aproximadamente 40%. Se essa amostra replicar- se nacionalmente, é um desperdício de 2,2 bilhões de reais. Não consigo deixar calcular quantos kits de energia solar compraríamos com os 2,2 bilhões jogados fora nas escolas técnicas particulares, mas fiquei mais assustado ao saber que o número de estudantes que concluem o ensino superior caiu 5,6% em 2013, a primeira queda em dez anos. Certamente uma grande oportunidade para cobrar candidatos, filtrar falácias, identificar petas e, no final, votar bem! * Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano. ...


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